SEM CIDADE *

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Leitura de poema só com cadência
Leia ouvindo a declamação

Sou estragado
Estraguei meus dois filhos
E posso estragar o teu

Fui separado do trigo
Sou o joio do perigo
Que te faz apodrecer

“Talvez em outra cidade
Estragado é qualidade
Todos vão me receber”

Porém:

“Com muito papo
Pouco porco
Com pouco papo
Perco porco
Se o prato é parco
O papo é porco
Em poderes barcos
De um porto parto
Pra outro porto”

Em outras palavras:

“Quem se mudou de Epitácio
Foi o rio Paraná
Foi morar em Americana
E fazer poesia por lá
Quem pescou… pescou
Quem não pescou
Ainda poderá
É só esticar bem a linha
Que o anzol chega até lá”

 

Nunca gostei de confusão
Porém produzia quando falava
Quando escrevia
Quando respirava
Quando existia

Não encontrei lugar melhor do que Epitácio
Os municípios para mim são todos iguais
É que quando eu me mudo para outra cidade
Metade dos meus problemas
Que é a parte que me cabe deste latifúndio
Pula pra dentro da minha mala e me acompanha
E é com esta metade que eu encontro a outra

E assim de repente
Sem mais nem menos
O meu cais já está repleto de barquinhos

O “excesso de problemas” tem sido meu único problema

 

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