Leitura de poema só com cadência
Leia ouvindo a declamação
Com um dia atrás do outro
numa escola em “Paris”
a pobre Preci Zalê
se defendia atrás do giz
Á batida do sinal
seu diário e um caderno
eram a cruz nesse calvário
que a levava pro inferno
Ela sempre nos dizia
que a classe não prestava
E por saber que “era inútil”
nem a aula preparava
Com um sermão já decorado
esperava confiante
que os alunos dessem início
a um clima arrepiante
Preci Zalê certo dia
foi vítima do consenso
Os alunos combinaram
uma hora de silêncio
Sem que voasse um só giz
para se ouvir o sermão dela
Preci Zalê angustiada
ia à porta e à janela
Já se passara meia hora
e os alunos na quietude
Preci Zalê ainda não tinha
tomado uma atitude
E os capetinhas tão passivos
como quem ainda espera:
Não vai ter aula professora?!…
Perguntavam para a fera
Ao término da aula
Preci Zalê ficou tão mal
que o diretor às pressas
a levou pro hospital
Inteirado da história
o médico prescreveu
uma receita inédita
que até surpreendeu
Nela estava escrito
nem precisa repousar
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