Algumas Obras de Jairo de Seilaoquê

SÃO GERALDO E SANTO AÉCIO *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação   No outono da minha poesia as palavras secavam e caiam dos seus troncos não restando um só verso Era o momento de devoção a São Geraldo e Santo Aécio Enquanto nas escolas os reacionários eram minoria e os romeiros mais discretos nas Diretorias Regionais

MEDO DE MIM *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação

LIA * poema anti-homofóbico

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação No rosto de uma pessoa desiludida separada de quem não ama liberdade eu lia Na possibilidade de um beijo diferente entre dois iguais na mesma cama liberdade eu lia Onde se lia “crime” “liberdade” eu lia Onde se lia “rime” “liberdade” eu lia Onde se

BURGUÊS MEDÍOCRE *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação   Escola pública: solidariedade só faz bem Ensina o pobre que ganha pouco a dividir o pouco que ele tem Escola particular: solidariedade nem pensar Se ensinarem o meu filho a dividir meu patrimônio vai pro espaço e depois … o que que eu faço

SONETO DE PONTA CABEÇA * (extravagante)

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação   Considere a figura de linguagem: não me refiro às mulheres lúbricas que se entregam à libertinagem Mulheres da vida não são imorais como estes filhos de-PUTA-dos que manipulam os jornais O pai se envolveu em corrupção mas os negócios da família não podem parar

Pregos e Parafusos *

Lorem Ipsum

DIA DOS MORTOS *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação Dia 02 de Novembro é o dia de todos os mortos: dos que são porque morreram e daqueles que não gostam da minha poesia Desejo felicidade a todos os falecidos Porém não posso parabenizá-los porque morrer não é vitória Haja vista que a morte ninguém

VULNERABILIDADE *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação   Minha mão é minha mas devo estendê- la independente da minha vontade São etiquetas da sociedade Aperto a mão de bandidos numa transa tão rápida que nem tenho tempo de colocar a camisinha Mas a culpa não é minha    

EU GRAMATICAL *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação   Quando eu morrer não terei velório A minha família é que terá o dela E aquele corpo dentro do caixão Não será o meu Será o corpo da minha mulher e dos meus filhos até que ele seja descartado Porque quando eu morrer não

DIÁRIO DE CLASSE *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação Meu caro inimigo que sempre andou comigo apunhalando as minhas costas Quando você comete um crime outra frase não define faz o ouro virar “bosta” Você mostrou de todos os lados que sou desorganizado Mas pra quem o viu e também me vê desorganizado é

ESTRAGADO *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação Sou “estragado” Estraguei meus dois filhos e posso “estragar” o seu Fui separado do trigo Sou o joio do perigo que faz “apodrecer” Talvez em outra cidade estragado é qualidade todos vão me receber  

… FELIZ DIA DOS AMIGOS * trocar audio

Tenho amigas de todos os jeitos: de cabelo solto de cabelo preso Tenho amigos e amigas de rabo solto e de rabo preso Tenho até um amigo lá no presídio que está com o intestino preso* Tenho também amigos incompletos: que são aqueles que nunca me criticaram Feliz Dia dos Amigos que deve ser comemorado

NA BOCA DO FORMIGUEIRO *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação Nunca digas que o que vem de baixo não te atinge porque um poema é sempre uma formiguinha que sozinha não faz o vergão Mas imagina cem  delas Sendo assim um livro inteiro Sem perceber e sem sentir nada sentaste num formigueiro   Leia abaixo

POESIA NA BRASA *

Este poema foi finalizado no dia 31/10/2016 logo após uma palestra com o Secretario de Estado da Educação no município de Sumaré. No decorrer da palestra o poeta dedicou todo seu tempo à elaboração deste poema. Por mera coincidência a palestra ocorria no Dia Nacional da Poesia que antes era comemorado todo dia 14 de Março, aniversário do poeta Castro Alves.

AULA CRISTALINA *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação Quando a aula é cristalina se vê peixinhos nadando lá no fundo Mas se um alunos com diarreia ou um professor com neurorreia defecar dentro da aula a poluição mata todos os peixes E nas águas turvas de fezes ninguém aprende nada  

OLHOS DE CORUJA *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação   Importo-me com a sua vida Com o imposto que você não paga Com as águas que você me suja Com seus olhos de coruja E se você acha que é errado importar com a “vida dos outros” não acrescente uma só linha Porque se

OVO FRITO *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação   Sob as nádegas frias de velhos preconceitos um ovo eternamente se choca Enquanto a escola laica nele germina a escola arcaica nunca termina Sob as nádegas frias de velhos preconceitos este ovo jamais irá eclodir Pois não há interesse dos que chocam… Frango com

INCONSCIENTE *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação Aluno que só copia nada pensa, nada cria E depois que casa leva vida copiada Copia os beijos das novelas para uma vida sexual sem sentido e até o que vai acontecer na cama são posições que já vem copiando dos filmes que tem assistido

FRANGO SEM ASA *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação Todo frango atrevido que tenta pular do poleiro o dono corta suas asas ou mata ele primeiro Você também tem dono você também tinha asa Só não tem o mesmo sono Só não tem a mesma casa Você é um frango sem asa  

UMA CPI NO MAGISTÉRIO *

Leitura de poema só com cadência Leia ouvindo a declamação   Numa caça aos corruptos o Governo sem critério montou uma CPI pra acabar com o mistério do sumiço das verbas que elegia “homens sérios” Como a fome faz o ladrão ele resolveu então começar no magistério Convocou os depoentes professores e especialistas Até as

5 Poemetos

 

A Professora Que Não Lia

Leitura de poema só com cadência
Leia ouvindo a declamação

 

Com um dia atrás do outro
numa escola em “Paris”
a pobre Preci Zalê
se defendia atrás do giz

Á batida do sinal
seu diário e um caderno
eram a cruz nesse calvário
que a levava pro inferno

Ela sempre nos dizia
que a classe não prestava
E por saber que “era inútil”
nem a aula preparava

Com um sermão já decorado
esperava confiante
que os alunos dessem início
a um clima arrepiante

Preci Zalê certo dia
foi vítima do consenso
Os alunos combinaram
uma hora de silêncio

Sem que voasse um só giz
para se ouvir o sermão dela
Preci Zalê angustiada
ia à porta e à janela

Já se passara meia hora
e os alunos na quietude
Preci Zalê ainda não tinha
tomado uma atitude

E os capetinhas tão passivos
como quem ainda espera:
Não vai ter aula professora?!…
Perguntavam para a fera

Ao término da aula
Preci Zalê ficou tão mal
que o diretor às pressas
a levou pro hospital

Inteirado da história
o médico prescreveu
uma receita inédita
que até surpreendeu

Nela estava escrito
nem precisa repousar
Lendo livros e mais livros
você vai recuperar

 

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Ponte Colorida

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